
A fé católica inspirou aquela esplêndida floração do tempo dos Reis Católicos, de energias intelectuais e morais mais exuberantes que as dos bosques virgens desta América.
Daqueles frutos sazonados do século do ouro espanhol ela criou o caráter hispano, robusto e viril, nobre e generoso, grave e valente até a temeridade; os sentimentos cavalheirescos daquela raça potente de heróis, sábios, santos e guerreiros, que nos parecem hoje legendários; daqueles corações indomáveis, daquelas vontades de ferro, daqueles aventureiros nobres e plebeus que, com pobres barcos de madeira, corriam a dobrar a terra e alargar o espaço, limitando esfericamente o Globo e completando o Planeta e abrindo, através do Atlântico, novos céus e novas terras.
Ela moveu a essa raça espanhola , que fez o que nenhum outro povo fez: descobrir um mundo e oferecê-lo a Deus, que o concedeu.
Foi um padre espanhol, o Pe. Las Casas, o que inspirou a “Lei das Índias”, tão paternais para que os espanhóis, com a transfusão de seu sangue, de sua vida e de sua fé, implantassem em nosso solo uma civilização muito distinta da de outros povos conquistadores, mais humanitária que a que mata ou escraviza raças, como o têm feito os franceses e os ingleses e nós mesmos com os índios na América do Norte.
(Trecho de discurso do Presidente americano Theodore Roosevelt em Baltimore, 1902 – transcrito e traduzido da edição espanhola da Enciclopédia ESPASA CALPE, vol. 52, p. 280)