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O Que Dizem

O que dizem a respeito do livro

Nobreza e Elites Tradicionais Análogas nas alocuções de Pio XII ao Patriciado e à Nobreza Romana

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Carta do Cardeal Alfons M. Stickler, S.D.B.


 

Ilustríssimo Senhor Professor,

Agradeço-lhe de coração o gentil presente da sua obra Nobreza e elites tradicionais análogas nas alocuções de Pio XII ao Patriciado e à Nobreza Romana, que recebi na tradução italiana.

Ela me tocou por vários motivos: antes de mais nada, por sua oportunidade, pois constitui a re-proposição dos ensinamentos do grande Papa Pacelli sobre o tema, num momento histórico-cultural em que a ferocidade anti-nobiliárquica, provocada no mundo inteiro pela Revolução Francesa, parece diminuir em todo o orbe.

Em segundo lugar, a obra — face à decadência universal dos valores cristãos, sobretudo, mas também dos meramente naturais — suscitará em toda a parte e em muitos corações o desejo de que as elites nobiliárquicas voltem a dar à Humanidade os exemplos de que esta tem urgente e suprema necessidade. As elites, nos séculos passados, tiveram um papel importante, e com freqüência dominante, em enaltecer esses valores, através de sua vida e de sua atividade.

Um terceiro motivo resulta das suas considerações — que me parecem de extrema atualidade — a respeito da formação, ao lado das nobrezas e das elites de sangue, de nobrezas e elites de espírito e de ânimo que, associando-se e organizando-se entre as tantas almas nobres que existem, assumam em todo o mundo as funções de exemplo e de guia rumo a uma ordem natural e perene das coisas. Isto tanto para sustentar as nobrezas de sangue ainda existentes e re-emergentes, quanto para substituir as que não sabem reagir eficazmente a decadências que se patenteiam em nossos dias, em mais de um caso.

O senhor, valendo-se de uma ampla e segura documentação, realiza no seu livro uma análise fina da muito complexa realidade sócio-política hodierna e, comentando com grande rigor de lógica os luminosos ensinamentos do Papa Pacelli, faz ver quanto ele, e seus sucessores até João Paulo II, continuam a esperar da nobreza ainda existente, e das elites análogas a serem criadas, a elevação religiosa, moral e cultural do mundo.

Por isso, ilustre Professor, alegro-me por este livro e desejo-lhe uma larga difusão a fim de suscitar, sustentar e construir uma profunda e vasta sensibilidade em relação a esse excelente instrumento de restauração de uma sã ética natural e de uma moralidade religiosa redivivas, que levem toda a Humanidade àquela paz, prosperidade e felicidade que somente os autênticos e genuínos valores podem realizar e garantir.

A estes meus votos acrescento ardentes orações ao Senhor e à Mãe da Igreja, para que o sustentem na obra tão benéfica quanto angustiosamente atual no tempo em que vivemos.

Seu em Cristo

Alfons M. Card. Stickler S.D.B.

 

Carta do Cardeal Mario Luigi Ciappi, O.P.

Ilustríssimo Professor

O seu ilustre renome e as palavras de aplauso e estímulo à sua obra proferidas pelo insigne P. Victorino Rodríguez O.P., geralmente considerado como uma das glórias da teologia contemporânea, levaram-me a ler com vivo interesse o livro Nobreza e elites tradicionais análogas nas alocuções de Pio XII ao Patriciado e à Nobreza romana.

Quando Pio XII deu ao mundo a esplêndida série de catorze alocuções ao Patriciado e à Nobreza romana, muitos foram os que viram nelas não tanto uma obra ao mesmo tempo teológica, filosófica e histórica a respeito de valores destinados a desempenhar ainda um papel fundamental e perene, quanto uma nostálgica efusão de amor a virtudes, grandezas e glórias, que o mundo compreendia cada vez menos.

A mais recente das mencionadas alocuções foi a de 1958. Transcorrridos mais de trinta anos, é possível constatar quanto se enganaram estes últimos. Com efeito, o Papa Pacelli vira com acerto o curso dos acontecimentos. Hoje, não só a antiga sanha anti-nobiliárquica vai se apagando gradualmente, como também aparecem, um pouco por toda a parte, intelectuais de realce, que colocam em relevo o quanto a perda de autênticas elites, com a conseqüente vulgarização do tipo humano, prejudicam a cultura e o estilo de vida da sociedade contemporânea. Por conseguinte, manifesta-se em muitos lugares uma ardente aspiração de restaurar a influência de autênticas elites sobre as multidões, de tal forma que estas tornem a ser — segundo o ensinamento de Pio XII — povos e não massas anônimas (cfr. rádio-mensagem de Natal de Pio XII, 1944).

Neste contexto histórico, a sua obra revela-se de uma extraordinária oportunidade, pois ao fazer-se eco do magistério do Papa Pacelli, e ao comentá-lo com notável penetração e coerência, dirige um apelo à nobreza e elites análogas a fim de que colaborem, com mais ânimo do que nunca, para o bem comum espiritual e temporal das nações.

A elas compete, de fato, como sublinha aquele imortal Papa, a excelente missão de transmitir com o exemplo, a palavra e a ação, o tesouro das verdades religiosas e temporais da Cristandade; a tocha luminosa de tantas verdades que as sociedades jamais poderão esquecer, sem o risco de sucumbir no torvelinho de caos e de miséria moral que as ameaça.

Faço votos, pois, que seja bem recebido este livro, ao qual V. Excia. dedicou os amplos recursos da sua inteligência e da sua erudição, além do seu ilimitado amor à Igreja. Queira a Divina Providência favorecer uma ampla difusão dele, para que possam ser sempre mais compreendidas tanto a opção preferencial pelos nobres, inspirada em Pio XII e que V. Excia. traz à luz, quanto a opção preferencial pelos pobres, à qual o atual Pontífice dedica o seu profundo amor.

 

Mario Luigi Card. Ciappi O.P.

 

Carta do Cardeal Silvio Oddi

Ilustríssimo Professor

Li com vivo interesse a sua obra Nobreza e elites tradicionais análogas nas alocuções de Pio XII ao Patriciado e à Nobreza romana.

O pensamento do grande Papa Pacelli, que transparece nos documentos assinalados, continua perfeitamente atual e V. Excia. teve a feliz iniciativa de propô-lo ao público hodierno, acompanhando-o de oportunas notas. Convém recordar, como repetiu o próprio Paulo VI depois do Concílio Vaticano II, que os ensinamentos do seu predecessor dirigidos ao Patriciado e à Nobreza romana, mantêm intacta a sua plena vigência.

Através dos comentários e da documentação com os quais V. Excia. propicia uma mais completa compreensão de todo o alcance do magistério de Pio XII, patenteiam-se uma grande erudição e segurança de pensamento, postas justamente em relevo pelo conhecido historiador francês Georges Bordonove no seu prefácio a esta obra.

Estou certo de fazer uma boa obra recomendando a sua leitura a todos aqueles que queiram ter um conhecimento mais profundo dos sábios e esclarecedores ensinamentos daquele pontífice.

Fazendo votos de que o seu oportuno livro tenha uma grande difusão, apresento-lhe as minhas cordiais saudações.

Silvio Card. Oddi

 

Artigo do Cardeal Bernardino Echeverría Ruiz, O.F.M., publicado no boletim TFP Informa, da TFP equatoriana

 

UM LIVRO QUE NOS CONVIDA A REFLETIR SERIAMENTE

 

Se analisamos séria e objetivamente a história da humanidade, constatamos que em todas as épocas, culturas, raças, etc. pode-se descobrir uma inegável diferença entre seus componentes. Sempre houve homens sábios e ignorantes, classes que mandam e que obedecem, ricos e pobres. O próprio Cristo nos deixou este ensinamento: pobres tereis sempre entre vós.

A variedade dos componentes da sociedade é tão natural e humana como a variedade dos componentes do corpo humano. No corpo humano há diversidade de órgãos e, por isso mesmo, diversidade de funções, o que constitui a riqueza da natureza humana.

Contudo, apesar dessa variedade ser tão natural, nas referências que se fazem aos integrantes da sociedade, tem havido a tendência a considerar tais diferenças como contraditórias, como alheias à natureza humana. Assim nasceu o slogan da Revolução Francesa que estabeleceu como base da sociedade o anelo de IGUALDADE, LIBERDADE E FRATERNIDADE, partindo não de um conceito cristão, segundo o qual todos os seres humanos nos sentimos iguais porque somos criaturas do mesmo Deus e filhos do mesmo Pai, mas partindo do conceito errôneo de que não devem existir diferenças de nenhuma espécie entre os seres humanos, negando a diversidade de funções de cada membro. O que parece estar em aberta contradição com o plano de Deus na criação do universo e de acordo com uma teoria elaborada pela razão humana, segundo a qual se devem suprimir, se necessário pela violência, todas as desigualdades existentes na sociedade.

Esta forma de pensar caracterizou a Revolução Francesa, e também inspirou, em alguns sociólogos materialistas, a luta de classes, o ateísmo prático, a adoção da tirania para acabar com tudo quanto poderia ser considerado favorável ao reconhecimento da diferença de valores introduzida na realidade histórica da sociedade.

Inspirando-se nessa dialética, o marxismo-leninismo desconheceu os valores da Fé cristã e adotou uma filosofia materialista e atéia.

A luta de classes apregoada pelo marxismo recebeu um golpe de morte com os últimos acontecimentos ocorridos no Império Soviético. Mas ainda não foi aprofundado o novo conceito que deve inspirar o restabelecimento da sociedade destruída pelo materialismo histórico. Para tal, é necessário uma nova ótica na interpretação do ser humano e um estudo mais profundo a respeito dos valores que compõem a sociedade.

Vale a pena perguntar: é válido o conceito da radicalização da unidade, ou é preciso realizar um estudo mais profundo sobre a variedade transcendental dos fatores que integram a sociedade?

É isso que, baseando-se em um interessante acervo de documentos da Igreja, pretende realizar o inteligente e profundo pensador Plinio Corrêa de Oliveira, que escreveu uma Obra capaz de ajudar positivamente o estudo e a solução deste problema.

A Obra de Plinio Corrêa de Oliveira intitula-se NOBREZA E ELITES TRADICIONAIS ANÁLOGAS, NAS ALOCUÇÕES DE PIO XII AO PATRICIADO E À NOBREZA ROMANA. Neste livro é abordado o tema — que parece inédito — das elites sociais e da tradicional aristocracia da antiga nobreza. Referindo-se a esta classe social, o Autor sustenta a necessidade de serem recuperados os valores sociais da classe privilegiada; das famílias de alta estirpe, das famílias de boa cepa, por seus títulos e por suas tradições.

Resgatar os valores sociais das elites, poderá parecer a alguns um tanto anacrônico e obsoleto. Sem embargo, recordando as antigas e nobres tradições de sua própria família, apresenta a nobreza dos outros tempos não apenas como detentora de títulos nobiliários, mas, sobretudo, como possuidora do tesouro das grandes virtudes que serviram não só às famílias interessadas, mas também à sociedade em geral.

Partindo dessas reflexões, atrever-me-ia a afirmar que a imoralidade e a corrupção tomaram proporções escandalosas na sociedade moderna, justamente porque nela infiltrou-se um conceito de igualdade mal-entendido.

Em qualquer sociedade, em qualquer cultura, em qualquer comunidade devem ser cultivados e fomentados os setores que se distingam dos demais por sua superior cultura, sua mais límpida moralidade, por uma consciência de um sentido de nobreza que não só dignifica a própria pessoa, mas conquista a admiração e o respeito de quantos chegam a conhecer estes valores humanos e, sobretudo, as virtudes cristãs. Por tal razão, quanto mais numerosas forem, em uma comunidade, as famílias que se caracterizarem pela prática das virtudes humanas e cristãs, melhor orientada estará a sociedade em geral.

Pio XII deixou-nos um verdadeiro arsenal de documentos nos quais, dirigindo-se mais especialmente à nobreza romana, exalta em termos muito elogiosos as virtudes tradicionais das famílias consideradas como nobres, e exorta o Patriciado a cultivar, de maneira autêntica, qualidades e virtudes que devem adornar as pessoas e famílias que se sentem ou se presumem nobres. Exorta as elites a não manterem apenas os valores ancestrais da nobreza, mas a purificá-los com os ensinamentos de Cristo.

Por todas estas razões, cremos que a publicação do livro de Plinio Corrêa de Oliveira é um brado profético que conclama a sociedade contemporânea a realizar um exame de consciência sobre a verdadeira nobreza que distinguiu os homens do passado, e as autênticas virtudes com que se deve contribuir para formar uma sociedade mais humana e mais cristã.

A verdadeira nobreza não deve basear-se na vaidade e no egoísmo, mas no sólido fundamento da verdade e do bem. Por isso, estamos persuadidos de que este livro convidará a uma séria reflexão que culminará no retorno aos eternos valores do ser humano, sobre os quais se ergue sua grandeza e sua semelhança com Deus.

 

Ibarra, 21 de junho de 1993,

Bernardino Cardeal Echeverría Ruiz

 

Carta de Mons. Custódio Alvim Pereira, Arcebispo emérito de Lourenço Marques-Maputo

Roma, 25 de março 1994

Festa da Anunciação

Ao

Dr. Plinio Corrêa de Oliveira

Rua Alagoas 350

São Paulo

Brasil

 

Prezado Dr. Plinio:

Li com atenção a obra Nobreza e elites tradicionais análogas nas alocuções de Pio XII” que V. Excia. me enviou pelo representante das TFPs em Roma, o Sr. Juan Miguel Montes. Não posso deixar de o felicitar por esse trabalho. Ele apresenta toda a riqueza do magistério do grande pontífice Pio XII dirigido ao patriciado romano, comenta-o brilhantemente, ressaltando a sua atual validade e, acrescentaria eu, a sua perenidade.

Fala-se freqüentemente em nossos dias da necessidade de seguir os ditames morais da doutrina social da Igreja. Com efeito, poucas páginas dessa doutrina superam em riqueza o ensinamento contido nas célebres alocuções de Pio XII. Elas recordam à aristocracia de Roma a natural tendência de toda a sociedade a constituir uma élite, bem como a necessidade que têm as classes mais humildes de seguir um modelo exemplar, procurado, de modo espontâneo, na alta sociedade. Todo o patrimônio de tradições, de Fé, de cultura, acumulado durante séculos deve constituir, segundo o ensinamento do grande Papa, o contributo indispensável das élites tradicionais, “mesmo nas condições mudadas” da época atual, para a “reconstrução da ordem universal” e a conseqüente realização daquele ideal supremo que consiste em “fazer assentar a sociedade humana em Cristo”.

A procura do modelo exemplar na alta sociedade é um fenômeno inteiramente normal. Eis porque muitos meios de comunicação social, tão freqüentemente instrumentalizados em benefício das mitomanias igualitárias do Século XX, se esforçam em promover élites e modelos falsos a serem imitados pelo povo.

Resta-me cumprimentá-lo mais uma vez pela sua obra. Cumprimento este que estendo a outro de seus livros, Revolução e Contra-Revolução, cuja leitura tanto me agradou. Considero-o digno de ser lido por todos os católicos contemporâneos para que tenham nele uma idéia bem clara do adversário contra o qual luta a Cristandade e dos meios existentes para enfrentá-lo.

Prometendo tê-lo presente nas minhas orações, e especialmente para a difusão de sua obra, saúdo-o com estima e consideração,

+ Custódio Alvim Pereira

Arcebispo emérito de Lourenço Marques

 

Extrato do Prefácio escrito por SAIR Dom Luiz de Orleans e Bragança para a edição portuguesa

Nobreza e elites tradicionais análogas nas alocuções de Pio XII ao Patriciado e à Nobreza Romana tem precisamente este carácter de uma obra de pensamento destinada a influenciar, em profundidade, os factos.

Como um rochedo na ponta de um promontório batido pelas ondas, a nobreza tem sofrido, a partir da Revolução Francesa, sucessivos ataques. Quase por toda a parte, tiraram-lhe o poder político. Em geral as leis negam-lhe qualquer direito específico, que não seja o mero uso da titulatura e do nome tradicionais. O movimento geral da economia e das finanças fez convergir para outras mãos a riqueza torrencial que ergueu ao pináculo o capitalismo e com a qual a jet set procura deitar as suas luzes – ou antes fazer brilhar as suas lantejoulas – por toda a parte.

O que, então, da nobreza sobrevive? Reduzida ao que é, tem ela o direito de existir? Com que proveito para si mesma e para o bem comum? Deve ela confinar-se irredutivelmente ao círculo dos “bem-nascidos”? Ou, a perdurar a nobreza, deve a qualidade nobiliárquica estender-se também a novas elites com características análogas às dela se bem que não idênticas?

Plinio Corrêa de Oliveira, cujo espírito é marcado por uma coerência modelar, vê na nobreza um desses rochedos imóveis sem cuja resistência épica, às vezes até trágica, aos vagalhões das três Revoluções, as terras do promontório – isto é, as civilizações e culturas – teriam perdido a sua coesão e se teriam dissolvido nas ondas revoltas.

Não é raro encontrar membros da nobreza conscientes dos deveres individuais que a sua condição de nobre lhes acarreta – como o bom exemplo às demais classes, pelo procedimento moral irrepreensível ou pela assistência aos desvalidos – mas os quais não possuem sobre as questões acima enumeradas, senão noções vagas, quando tanto.

Aliás, facto análogo ocorre com as outras classes. Antes de tudo com a mais favorecida delas na estrutura social vigente, isto é, a burguesia. O direito de propriedade é o seu mais firme ponto de apoio, porém são raros os burgueses conhecedores dos fundamentos morais e religiosos da propriedade privada, dos direitos que esta proporciona e dos encargos que traz consigo.

A ambas estas classes a obra de Plinio Corrêa de Oliveira proporciona proveito inestimável, publicando o texto integral das alocuções de Pio XII ao Patriciado e à Nobreza romana, acrescentando-lhes comentários explicativos e exemplos históricos muito eloquentes.

Plinio Corrêa de Oliveira, profundamente imbuído dos princípios ensinados pelos Pontífices, é totalmente oposto ao espírito da luta de classes.

Ele não vê na linha demarcatória entre nobreza e povo uma zona de conflito. Muito pelo contrário, mostra-nos a nobreza histórica, militar e agrícola como alto e puro cume da organização social, não, porém, como um cume inacessível. Apenas como um píncaro habitualmente difícil de alcançar, por estar na natureza das coisas que tal ascensão só se obtenha pelo mérito.

Para Plinio Corrêa de Oliveira, a perspectiva de uma árdua ascensão do elemento burguês para a condição de nobre deve ser vista como um convite amigo para que adquira méritos e obtenha para estes uma glorificação autêntica. Mais ainda. Na nossa época, na qual uma profunda penetração da técnica no trabalho manual e um nível não subestimável de instrução na classe operária a matiza com tantas diferenciações, há muitas possibilidades de promoção social e profissional meritórias, que seria injusto não levar em conta.

Amigo da hierarquia harmoniosa e equilibrada em todos os domínios do agir humano, Plinio Corrêa de Oliveira expende, por uma lúcida interpretação, os princípios de Pio XII a todas as classes sociais, sem fundi-las e menos ainda sem confundi-las umas com as outras.

Mas é fácil perceber que os seus melhores desvelos voltam-se especialmente para os dois extremos da hierarquia social, de onde os seus brilhantes comentários sobre opção preferencial pelos nobres e opção preferencial pelos pobres.

No que me diz respeito, participo de coração dessa dupla opção, fácil de notar e ser notada no espírito e na obra de vários monarcas da Casa de Bragança, em Portugal e no Brasil. Neste livro – baseado nas alocuções Pontifícias que ele reproduz e comenta – a atenção do autor volta-se especialmente para a opção preferencial pelos nobres, sem qualquer prejuízo da opção preferencial pelos pobres.

É missão especial da nobreza actuar em defesa dos reis, quer eles estejam de posse do poder, na plenitude das respectivas prerrogativas, quer tenham apenas “de jure” aquele poder que lhes veio dos seus maiores e que nenhum golpe de força ou de demagogia pode legitimamente suprimir.

Reciprocamente é obrigação dos monarcas amar, respeitar e apoiar a sua nobreza, exercendo assim a favor dela uma opção preferencial efectiva, que não se limita apenas a mesuras e cortesias. É neste espírito que, ao encerrar estas linhas, volto o meu pensamento, cheio de amizade, para as nobrezas e elites análogas de Portugal – terra dilecta e gloriosa dos meus antepassados – e do meu querido Brasil, grande por tantos feitos e sobretudo por tantas esperanças que a Providência lhe deixa ver para o futuro.

Esse futuro que – nos quadros da realeza constitucional, única forma de monarquia concebível para os dias que correm – do fundo da alma, anseio cristão, forte e entrelaçado numa como que Commonwealth toda ideal, feita de Fé católica, de sentimentos e de cultura, constituída por todos os povos, de tão diversas raças e nações, que amam deveras Portugal e falam português.

Por isto, como Chefe do ramo brasileiro da Casa de Bragança e amigo enlevado e afectuoso da tradição e cultura lusas, tenho a satisfação de apresentar e recomendar largamente, ao público português, a leitura deste livro de Plinio Corrêa de Oliveira. Auguro para ele o aplauso de quantos sabem e sentem o que é uma verdadeira nobreza, que ajude o povo a ser sempre o que Pio XII recomenda, isto é, um verdadeiro povo animado por um pensamento digno de ser chamado cristão. E que não capitule ante o risco de se tornar uma massa anorgânica e inerte, soprada nas mais variadas direcções pela psico-ditadura dos grandes cartéis publicitários.

 

Conde de Proença-a-Velha

 

“Esse livro do Prof. Plinio Corrêa de Oliveira também me fez sentir a presença de Deus. Tem como que uma respiração divina que nos compro­mete, responsabiliza-nos de tal maneira, não só por aquilo que somos, mas por aquilo que devemos ser e fazer, que eu arrisco a chamar-lhe o Evange­lho dos Nobres.”

Carta de um dos grandes teólogos contemporâneos, Pe. Victorino Rodríguez y Rodríguez, O.P.

Madri, 25 de janeiro de 1993

Caro amigo e admirado Professor:

Li com toda a atenção o original da sua magnífica obra Nobreza e elites tradicionais análogas nas alocuções de Pio XII ao Patriciado e à Nobreza romana, que teve por bem enviar-me para ser revisto. Sinto-me muito honrado pela confiança que deposita na minha apreciação e possíveis observações. Por outro lado, admiro o seu ardente desejo de acertar ao querer levar avante esta causa tão nobre, e ao mesmo tempo a sua humildade ao pedir o parecer de quem sabe muitíssimo menos do que o senhor sobre este tema, tanto no aspecto doutrinário como no aspecto histórico.

Devo dizer-lhe que não encontrei absolutamente nada censurável, nem sequer melhorável no seu empreendimento. Desejo, isso sim, sublinhar aquilo que considero como grandes acertos:

Primeiro, por escrever uma obra sobre este tema. Era necessária; e o ponto de partida e principal base de argumentação não podia ter sido melhor escolhido: as alocuções de Pio XII ao Patriciado e à Nobreza romana pronunciadas no início de anos sucessivos. Aquele excepcional Papa Pacelli, que tinha a nobreza na sua mente, no seu coração e no seu sangue, singularmente atento aos problemas e expectativas do seu tempo, não podia deixar de preocupar-se com os da nobreza, à qual dirigia estas alocuções, tão oportunamente dadas a lume agora por um nobre brasileiro, cuja personalidade está tão marcada pela devoção à Sede Apostólica e pelo amor à Civilização Cristã.

Segundo, pela sua oportunidade, porque os autênticos valores da nobreza estão muito eclipsados no «igualitarismo» pós-revolucionário e nas modernas democracias inorgânicas. São mais notórios (nobile, noscibile, preclaro, excelente, famoso) os números (de votos ou de dólares) do que as qualidades dignificantes (ciência, virtude, arte). No entanto, como ouvi várias vezes dizer o grande teólogo Santiago Ramirez, «a verdade não é democrática, mas aristocrática». Espero que a sua obra, tão cuidadosamente documentada e pensada, traga ao primeiro plano a nobreza tradicional, portadora de dignidade, de honestidade, de humanismo aberto a Deus e ao bem comum social.

Terceiro, parece-me, por outro lado, muito justa e cristã a complementaridade harmônica que estabelece entre «opção preferencial pelos pobres», tão acentuada na nova evangelização, e «a opção preferencial pelos nobres». Trata-se efetivamente de duas perspectivas, não exclusivistas, mas complementares. Penso que a clave é esta: deve-se amar mais aos melhores, e deve-se ajudar mais aos mais necessitados. Aí se harmonizam as duas opções preferenciais. A opção caritativa pelos indigentes não há de ser com prejuízo da singular estima que a nobreza merece, máxime quando essa estima está em crise em épocas de igualitarismo massivo. Com muito acerto se recolhe o dado da elevada percentagem de santos canonizados da nobreza. Foi Pio XII que canonizou, em 1943, Santa Margarida da Hungria, O.P., filha do Rei da Hungria e neta do Imperador de Constantinopla.

Quarto, também é interessante deter-se, numa época de «pacifismo» (=a paz a qualquer preço), no tema da guerra justa, na qual tantas vezes se empenhou a nobreza, tanto militar como civil e eclesiástica. O Magistério e a Teologia tiveram e têm muito a dizer a esse respeito, como se lembra no Documento XI.

Quinto, finalmente, é oportuno recordar neste tempo em que a democracia é para muitos o único dogma político, sem discernimentos nem ulterior resolução ética, a doutrina social da Igreja sobre as formas de governo. O Magistério Pontifício fez sua a matizada doutrina de São Tomás, tantas vezes reassumida pelos pensadores católicos, e agora pelo Dr. Plinio Corrêa de Oliveira no Apêndice 3 da sua obra.

Poderia ressaltar muitos outros pontos interessantes da sua obra, mas não quero alongar-me, nem repetir o que o leitor encontrará exposto melhor e mais profusamente. Com essas observações, depois de ter lido com gosto o original, acredito ter correspondido a seu gesto amistoso.

 

Victorino Rodríguez, O.P.

Carta do Pe. Anastasio Gutierrez

Recebi a bela obra do Prof. Plinio Corrêa de Oliveira, vosso insigne fundador: Nobreza e elites…

Trata-se de um livro de grande valor. Uma obra de maturidade científica, histórica, sociológica, humana, cristã … inapreciável.

Creio que com meus 81 anos, meus 55 anos de cátedra e estudos sócio-jurídi­cos, meus 50 anos de vida do alto observatório de Roma, tenho algum direito de apreciá-la e sobretudo de estimá-la.

Repito, é uma obra de uma maturidade e equilíbrio de juízo dificilmente igualável por tantos livros, ótimos se se quiser, mas carentes disso que se poderia chamar carisma da ciência e da experiência de um grande pensador.

E para mim não são tanto os documentos de base, quanto as elaborações do Prof. Corrêa de Oliveira, que discorre sobre os campos da história, da psicologia social, da filosofia, da teologia e da ética cristã com profunda observação e capacidade de síntese.

Enfim, o Prof. Corrêa de Oliveira é um grande MESTRE [em maiúsculas no original], que  merece figurar à cabeça destas elites.

A apresentação do volume é digna do conteúdo, nobre como o tema tratado ….

Minhas felicitações, e que tenha a difusão que merece”.

 

Carta de um dos mais famosos teólogos italianos, Pe. Raimondo Spiazzi, O.P.

Ilustríssimo Professor

Li atentamente a obra Nobreza e elites tradicionais análogas nas alocuções de Pio XII ao Patriciado e à Nobreza romana, que V. Excia. teve a gentileza de me enviar.

Considero feliz a sua idéia de dar ampla difusão àqueles documentos de Pio XII que, à primeira vista, poderiam parecer carentes de atualidade. Pelo contrário, os comentários lúcidos e documentados de V. Excia. mostram a clarividência do tema tratado por aquele Pontífice. Além disso, o senhor oportunamente recorda as belas palavras de Paulo VI: «Quereríamos dizer-vos muitas coisas. Vossa presença suscita tantas reflexões. Assim também acontecia a nossos venerados predecessores, ao Papa Pio XII de feliz memória especialmente …. Queremos acreditar que o eco daquelas palavras, semelhante ao vento que enfuna uma vela …. ainda vibre em vossas almas para as encher daqueles austeros e magnânimos princípios, em que se alimenta a vocação que a Providência fixou para as vossas vidas, e se orienta a função que a sociedade contemporânea ainda agora reclama de vós».

Sua longa experiência como professor, deputado e homem público tornam os seus comentários inteligentes e didáticos, de modo a facilitar agradavelmente a leitura de Documentos Pontifícios de tão alto e tão apreciável valor.

Não encontrei no curso das suas páginas nenhum erro teológico ou de outro gênero, concernente aos ensinamentos da Igreja. Só me resta fazer votos de que a sua excelente obra receba plena acolhida de parte da opinião pública, à qual está destinada.

 

15-III-1993    Pe. Raimondo Spiazzi, O.P.

 

Paul M. Weyrich

“Seu livro poderá ajudar a despertar pessoas para a compreensão de que precisamos e podemos ter uma elite dedicada a servir.”

Paul M. Weyrich
Presidente emérito, Free Congress Foundation

 

Morton C. Blackwell

“Utilizando argumentos teológicos, morais e prudenciais, este livro convencerá a muitos leitores, seja qual fôr sua religião, que elites boas são legítimas, desejáveis, e sim, necessárias.

Morton C. Blackwell
Presidente, Leadership Institute

 

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