Fatos e documentos inéditos revelados em notas biográficas de Plinio Corrêa de Oliveira
• Livro revela a virulência da luta de bastidores travada no Brasil entre católicos tradicionalistas e católicos progressistas sob o pontificado de Pio XII
• O Papa estava a par da polêmica e interveio indiretamente, e mesmo diretamente, em abono às teses de Plinio Corrêa de Oliveira
Não será mais possível falar em TFP ou em Plinio Corrêa de Oliveira sem levar em conta o livro “Minha Vida Pública”, recentemente lançado pelo Instituto Plinio Corrêa de Oliveira em São Paulo.
São mais de 800 páginas com a compilação de reuniões internas dadas por ele à TFP, trazendo à tona fatos e documentos nunca antes publicados, especialmente sobre as origens, no Brasil, do progressismo e do esquerdismo dito católico. O livro terá em breve uma edição nos Estados Unidos e na Inglaterra e já se pensa em uma edição na França e na Itália.
A título de exemplo, nesse livro encontramos a campanha surda que Plinio Corrêa de Oliveira e o grupo do Legionário tiveram de enfrentar já por volta de 1935, da parte de uma congregação religiosa secreta de freiras composta de moças da melhor sociedade de São Paulo. Essa congregação religiosa secreta havia sido fundada na Bélgica pelo Cardeal Mercier e chamava-se “Auxiliares do Apostolado”.
Essas moças foram arregimentadas em São Paulo por uma professora belga, Adèle de Loneux, que levou várias delas para uma reciclagem na Bélgica, e de lá chegaram intoxicadas da mentalidade progressista.
Plinio e o grupo do Legionário apelidaram essas moças intramuros de “as Construtivas”. E quando escreveu o livro “Em Defesa da Ação Católica”, teve muito em vista combater a mentalidade errada que elas, juntamente com outros próceres progressistas leigos, como Alceu Amoroso Lima (o Tristão de Athayde da literatura), que era o presidente nacional da Ação Católica, iam espalhando por todo o Brasil.
Essas “Construtivas” tinham o apoio do jovem Arcebispo D. José Gaspar de Affonseca e Silva, que por detrás as impulsionava. Foi ele, aliás, quem revelou a Plinio Corrêa de Oliveira a existência dessa congregação secreta.
Plinio Corrêa de Oliveira assim as descrevia: “Eram moças na sua quase totalidade ricas, das melhores famílias de São Paulo, inteligentes, capazes, sabendo dirigir muito bem as coisas, e que haviam recebido uma formação errada proveniente da Bélgica”.
A líder nata era Edith Junqueira Azevedo Marques, fundadora do Centro Social Leão XIII (na foto ao lado, junto ao então Cardeal-Arcebispo de São Paulo, D. Agnelo Rossi).
Elas estão na raiz do movimento progressista que se espalhou como vírus pelo Brasil através da Ação Católica e depois desaguou nas CEBs, na esquerda católica e na própria Teologia da Libertação.
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Em suas notas autobiográficas, Plinio Corrêa de Oliveira conta a amizade que o ligava a Alceu Amoroso Lima (Tristão de Athayde) antes da crise progressista:
“Alceu de Amoroso Lima tinha muitas relações comigo. Eu já tinha estado mais de uma vez em casa dele, e ele na minha. Dávamo-nos muito bem. Ele era o líder católico máximo do Brasil”.
Para surpresa de Plinio, foi desse amigo que recebeu a primeira ducha de água fria durante a Constituinte de 1933. Conta ele:
— “Quando eu chego ao Rio, sou convocado pelo Tristão de Athayde para uma reunião dos deputados católicos na sede do Centro Dom Vital […]. Diz o Alceu: — O Sr. Cardeal Leme resolveu que, primeiro, não vai haver uma bancada de deputados católicos. Os srs. devem estar dispersos nas bancadas dos respectivos Estados. Por causa disso, não vai haver líder católico. O líder católico dos deputados vou ser eu, do lado de fora da Câmara. Os srs. venham aqui receber as diretrizes do Cardeal Leme, por meu intermédio. […] Nenhum deputado católico deverá fazer discurso a respeito das reivindicações católicas. O Cardeal Leme faz questão que vocês não façam nenhum discurso nessa linha”. […] Por fim, ele acrescentou: — Ah! outra proibição: os senhores estão proibidos de contar que estão proibidos de falar”.
Mesmo assim, sua amizade com Tristão de Athayde só se rompeu quando este começou a derivar rumo ao progressismo e à esquerda católica.
Essa mudança de posição de seu antigo amigo acentuou-se muito com a vinda ao Brasil do professor Robert Garric, apresentado pela mídia como uma notabilidade francesa que vinha lançar em São Paulo as “Equipes Sociais”.
Comenta Plinio:
“Desde logo, essas Equipes Sociais foram promovidas por Tristão de Athayde. Foi ele quem impulsionou o Movimento Litúrgico, a Ação Católica e tudo aquilo que seria depois objeto de minha denúncia no livro “Em Defesa da Ação Católica”. No carteio de ruptura entre Tristão e eu a propósito desse livro, ele se eriçava, porque cada letra da obra era contrária às convicções e sobretudo ao programa dele”.
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Plinio conta que, até então, sua luta dentro dos meios católicos visava o inimigo externo, especialmente o comunismo e o nazifascismo, na época em seu apogeu. Mas com a entrada da infiltração progressista na Igreja, seu alvo mudou:
“Esse espírito novo não pairava nas nuvens, como uma ideologia subtil e impalpável. […] Tinha chefes que o introduziram no Brasil, possuía uma ideologia muito precisa, tinha na Ação Católica um instrumento de difusão de primeira ordem, e era portanto uma verdadeira organização. Os seus propagadores eram fanáticos e dissimulados, viviam em estado de conjuração, e tinham a suprema arte de impugnar como agressivos aqueles mesmos que eles queriam agredir. Quando surgia uma polêmica sobre suas posições erradas, uma de suas táticas era tentar impedi-la sob o pretexto de paz e evitar de todos os modos que a questão subisse até a Santa Sé. Aos poucos, essa corrente foi dominando inteiramente a situação e acabou por destruir todos os óbices com que se defrontava. Estávamos com o inimigo dentro de casa e tínhamos que lhe fazer face, numa luta de natureza completamente diferente da que até então havíamos travado”.
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Outros fatos inéditos são detalhados nessas notas autobiográficas, como a batalha que foi para Plinio a publicação do livro “Em Defesa da Ação Católica”, o papel que teve nessa publicação o sacerdote jesuíta Pe. Cesar Dainese, a tentativa de boicote da parte de D. José Gaspar de Affonseca e Silva, as intervenções do Núncio D. Aloisi Masella para que o livro saísse etc.
Também é detalhado o vendaval que soprou sobre Plinio com a designação de D. Carlos Carmelo de Vasconcelos Motta para o Arcebispo de São Paulo, o qual moveu verdadeira perseguição contra o grupo do “Legionário”.
Ainda é narrada a batalha surda de bastidores, inclusive dentro do próprio Vaticano.
No livro revela documentos que mostram claramente que Pio XII estava acompanhando de perto a polêmica no Brasil, e tomou uma série de medidas que representaram a reabilitação do grupo do “Legionário”. A elevação ao episcopado D. Sigaud e de D. Mayer foi uma delas. Eles eram amigos de Plinio.
Pio XII ainda enviou a Plinio Corrêa de Oliveira uma carta de elogio ao livro, através de seu Subsecretário de Estado, Mons. João Baptista Montini, futuro Paulo VI. E lançou vários documentos pontifícios condenando os mesmos erros apontados no “Em Defesa da Ação Católica”.
Muito mais coisas inéditas vêm à luz nesse livro, escrito em linguagem amena e coloquial, o que o torna de fácil leitura.
É nossa intenção publicar alguns trechos escolhidos deste livro nesta página, para que vocês degustem
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