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São Luís IX: afabilidade de santo, rei e guerreiro

Luis Dufaur

 

São Luís IX, rei da França

Jean de Joinville, senescal de Champagne uniu-se à Sétima Cruzada organizada pelo rei São Luís IX em 1244.

Durante a campanha militar, Jean foi conselheiro e íntimo confidente do rei, participando de muitas de suas decisões.

Após a morte do rei santo, ocorrida na Tunísia em 1270 durante a Oitava Cruzada, a rainha Jeanne I de Navarra encomendou-lhe uma História de São Luís (Histoire de Saint-Louis), que o cronista completou em 1309.

São Luís já havia sido canonizado em 1297, processo que contou com os depoimentos de Jean de Joinville como antigo confidente.

 

 

Jean de Joinville oferece seu livro ao futuro Luís X da França. História de São Luís, Paris, Biblioteca Nacional da França

Jean de Joinville oferece seu livro ao futuro Luís X da França. (História de São Luís, Paris, Biblioteca Nacional da França)

 

Conta seu infaltável assesor e companheiro de armas, o senescal de Champagne:

Acontecia-lhe muitas vezes, depois da Missa, ir sentar-se no bosque deVincennes, ao pé de um carvalho, e nos fazer sentar em torno dele.

Todos os que tinham problemas vinham lhe falar sem serem molestados por guardas ou quem quer que fosse.

E ele perguntava: “Há alguém aqui que tenha um adversário?”

Os partidos se levantavam: “Calai-vos, dizia o rei; resolver-se-ão vossos casos uns após outros”.Chamava, então, Monseigneur Pierre deFontaines e Monseigneur Geoffroy de Villete e dizia a um deles: “resolvei este litígio”.

Percebendo alguma alteração necessária às proposições dos juízes, ou do partido contrário, não deixava de fazê-la pela sua própria boca.

Eu o vi algumas vezes no verão ir ao jardim de Paris para ter audiência, vestido de uma cota de camelo e de uma sobrecota sem mangas, um manto negro de seda em torno do pescoço, muito bem penteado e coberto simplesmente com um chapéu de plumas de pavão.

Fazia estender um tapete pelo solo e todo o povo acorria para lhe apresentar pedidos, ficando de pé à sua volta.

E ele resolvia os problemas de maneira que eu disse acima, quando falei do bosque de Vincennes.

(*) Jean de Joinville (1224 – 1317, « Le Livre des saintes paroles et de bons faits de notre saint roi Louis »

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